Cancelando o Facebook: grandes empresas e seu boicote à rede social


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didas, Coca-Cola, Heineken e Starbucks cancelaram o Facebook! Isso é, essas quatro marcas se juntaram a diversas outras que decidiram retirar sua publicidade das plataformas que estão sob controle do conglomerado Facebook. E não, esse boicote que vem acontecendo por muitas empresas e companhias não é recente, mais de 1200 empresas já aderiram a campanha, além das acima mencionadas outros nomes notáveis são de empresas como Unilever, Honda, Verizon e Bem & Jerry’s. O motivo: discurso de ódio.

Para entender este “boicote ao Facebook”, tenho que antes explicar algumas questões. Primeiramente, até meados de julho do ano de 2020, o Facebook adotava uma política de abstenção e/ou inação, isto é, não promoviam a moderação de discurso de ódio nas plataformas. A atitude tinha como objetivo a “defesa da liberdade de expressão” e a “não contaminação da plataforma de propaganda política”. Entretanto, diversos anunciantes entenderam isso como um posicionamento que incitou a violência e a propagação de discursos de ódio.

As críticas não são recentes, mas chegaram a um ápice durante as manifestações pela morte de George Floyd, homem negro e inocente que foi assassinado por policiais brancos no dia 25 de maio de 2020, suas últimas palavras foram “Eu não consigo respirar”. As empresas anunciantes entenderam que o Facebook estaria amplificando as mensagens de supremacistas brancos e permitindo a propagação da violência, principalmente contra os manifestantes. Ademais, o Facebook ainda é acusado de auxiliar na proliferação de notícias de fontes duvidosas, as chamadas “fake news”.

Algo importante a ser analisado é que pela primeira vez a campanha é destinada aos grandes anunciantes. Denominada “Stop Hate for Profit” (Pare de lucrar com o ódio) é uma iniciativa que busca pressionar o Facebook a tomar medidas drásticas quanto as situações acima descritas. Visto que é de entendimento geral por parte das anunciantes que não desejam ver seus nomes associados a apologia à violência ao ódio.

Como resultado da campanha, o Facebook já perdeu o equivalente a 8% no preço de suas ações, ou seja, US$ 60 bilhões. Todavia, a receita gerada pelos anúncios de grandes empresas é considerada relativamente pequena, o verdadeiro lucro da empresa nesse ponto está nos pequenos empresários. Entende-se que as maiores consequências para o Facebook estarão relacionadas com a perda de confiança desses anunciantes para com a empresa, em outras palavras, os maiores estragos que já estão sendo feitos são na reputação do conglomerado.

Enquanto, a primeira ação de Zuckeberg foi o esperado, vide situações parecidas anteriores, cruza os braços para as acusações, citando o bom e velho discurso da “liberdade de expressão”. Acontece, porém, que dessa vez o posicionamento não foi aceito. Zuckeberg, então, tentou se redimir dizendo que as políticas de controle seriam revisadas, mas a mancha em sua reputação já havia sido feita, mais uma vez.

Hoje, entende-se que liberdade expressão é uma coisa, incitar o ódio e a violência não se enquadram nisso. A posição que o Facebook vem tomando, desde então, é de começar medidas práticas, como: assinalar discursos violentos de figuras políticas como conteúdo jornalístico, o número de termos proibidos aumentou e os posts relacionados a assuntos importantes para o presente momento, caso das eleições presidenciais estadunidenses. Mas será isso o suficiente? A cada dia que passa mais empresas aderem a campanha e o recado é claro: o Facebook tem que evoluir sobre o assunto ou será esquecido.

Saiba mais sobre "Stop Hate for Profit" clicando aqui!



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